Ágora, (do grego “Αγορά”), era uma praça principal da Grécia onde o povo fazia suas manifestações coletivas, políticas e religiosas, fenômeno social este que deu origem ao “DEMO KRATOS” (força do povo), que é a raiz etimológica da DEMOCRACIA, regime este, imperfeito, segundo Sócrates, mas mesmo assim, o Mestre dos Mestres aconselhou as sociedades a usufruírem dele até que surgisse uma forma melhor e mais perfeita de se praticar a Democracia.
Sim, existe de fato algo muito superior à Democracia, que é a UNOCRACIA, ou seja, “a força da UNIDADE”. Melhor dizendo, no sentido de que se salta do nível da quantidade, para o nível da qualidade. A “força superior do povo” está justamente na sua “unidade”, ainda que pese também a força bruta da quantidade de povo.

Portanto não poderá existir Democracia se não existir antes uma Unocracia.
Porque uma coisa é a “união” no aspecto quantitativo, que gera uma força bruta, e outra coisa bem distinta é a “força da unidade” desse povo.
Infelizmente, o uso inadequado da “unidade”, modo levar o processo para o modo contraditório, pois serve tanto para edificar a “polis”, quanto para edificar quadrilhas, porque a união ocorre por conta de qualquer agrupamento social, portanto é um fenômeno amoral.
Um olhar rápido sobre a História nos faz vislumbrar exemplos notórios da força da união, tanto para o mal (condenação pública de Jesus, Nazismo), como para o bem comum (ONU, Ongs, Empresas Igrejas etc.).
Assim, a diferença fundamental entre a “união” e a “Unidade” é que esta contém aquela, mas a recíproca não é automaticamente verdadeira, porque a união é apenas um aspecto físico da questão, mas não seu todo, a Unidade.
Este é um ponto crucial, porque cria uma verdadeira armadilha para os reducionistas distraídos.
A Unidade, partindo da união, consegue elevar a ação humana aos níveis mais elevados da evolução do Universo conhecido.
Do ponto de vista histórico e científico, poderíamos afirmar que a Unidade é o ápice da Evolução Social. A cooperação, por si só, já é mais do que união. Na cooperação, como ponto de partida comum, tanto para a união como para a Unidade, a RECIPROCIDADE é o ligame perfeito: Estarem todos de acordo entre si, em cooperação, na reciprocidade, nasce a Unidade, o coração que dá vida à Unocracia.
Mas o que é então que diferencia a União da Unidade? Senão vejamos!
A Unidade tem em si um lacre de segurança – o amor – que deixa a ação humana a salvo das manipulações egocêntricas: ditaduras, plutocracias, ganância, inveja, ódio, ideologias espúrias, corrupção etc. Ao passo que a União está aberta e escancarada para ações egoístas, divorciadas do amor recíproco.
E esse timbre enfático que caracteriza a Unidade é essencialmente espiritual, como haveria de se supor.

Que me perdoem os materialistas, os ateus, mas as respostas que buscamos, certamente não virão da materialidade, nem sequer de algo filosófico, mas espiritual, dado que pensamento e espírito estão em dimensões diferentes.
Consta que o tripé que sustenta a consciência da nossa realidade existencial seja a Ciência, a Filosofia, e a Religião. Não há choque entre elas, a não ser aqueles que a medieval ignorância humana episodicamente criou por conta própria. Ao contrário, ainda que sejam três realidades distintas, autônomas, elas se complementam e dão vida ao todo, mesmo porque em essência todas as três têm a mesma origem, e o mesmo foco.
Quando na nossa míope visão de mundo, falta uma delas, capengamos nos nossos passos nos caminhos do pensamento, vítimas de um desequilíbrio fundamental.
Da ciência Cibernética (Norbert Wiener) aprendemos que “quando duas ou mais partes se relacionam, geram um NOVO SER, que é superior às partes que o formaram”. É o que Wiener chamou de fenômeno da “TRANSCENDÊNCIA”. Ou melhor: “UNIDADE E TRANSCENDÊNCIA”, que não são fenômenos sequenciais, mas concomitantes, por essência são indissociáveis. Melhor dizendo, são apenas aspectos diferentes de um único fenômeno, onde as partes e o todo coexistem. Veremos adiante, que esse fenômeno é o próprio motor da vida, da Evolução-Creação.
Pergunta-se então: estaria já a Humanidade apta a realizar essa experiência socioeconômica suprema? Ou seria mais um sonho do tipo inatingível? Ao contrário. Esse experimento é obrigatório.
A Transcendência não é uma quimera, mas uma realidade da qual somos filhos. Uma realidade que não está no passado creacional evolutivo somente, mas está presente nas nossas vidas, e de tal forma que cabe a nós dar o último passo da Evolução, como veremos a seguir.
Como se supõe, concretizar um processo de Unidade e Transcendência, não é algo fácil, ao contrário, é dificílimo.
Mas eis a Boa Nova! “Estamos na plenitude dos tempos”, o que nos assegura o sucesso, se ousarmos!
Profética e predestinada, a Unidade vivida passa pelo conceito de Utopia, de Thomas More: “A sociedade utópica é uma sociedade privada onde todos os cidadãos vivem em cooperação”.
Se, como diz o folclore britânico, “where there is a will, there is a way”, então acreditemos com fé, e mãos à obra, não há mais tempo a perder, chega de conjecturar viabilidades, é hora de testar soluções.
Profetizou o precursor da Ciência Cibernética, há mais de 2.000 anos, Jesus: “Onde dois ou mais estiverem unidos em meu nome, ali estarei Eu presente no meio deles.” Ou seja, o Amor Recíproco tem a potencia de “gerar” a presença de Deus entre nós, e Nele somos Onipotentes. Como se vê, com isto nós rompemos as amarras do limitado saber científico e adentramos no campo infinito da realidade espiritual, e teológica.
Ou, se quisermos ser leigos, creiamos na onipotência do Deus da Unidade. De forma muito acertada canta a Bíblia, quando afirma “sois deuses”. Poderemos ser Onipotentes por participação.
Esoterismo, crendice, seja o que disserem, a verdade é que a “Unidade” é mais perfeita que a “união”, sendo esta amoral, enquanto a Unidade é absolutamente ética.
O Amor, que vive do relacionamento, não vive para si, não se aprisiona em si mesmo! Ele é exotérmico, explosivo, incandescentes.
A “Matéria” que o diga por nós: a Energia do Universo, num certo “momento”, deu um BANG!
E dos BIG! A Energia primordial (que é amor) se torna Quarks, entre outras irmãs. Que não existem sós, mas apenas e tão somente, aos pares, em relação!
Se a Ciência atômica diz assim, então é fantástico! Isso significa que a Matéria é relação, e relação é Amor. Os Quarks e os Léptons se unem entre si por “amor” e se relacionam, formando partículas corpusculares (Prótons, Nêutrons e Elétrons); Partículas estas que se relacionam “por amor” formando Átomos. Átomos que “no amor recíproco” de suas Partículas geram Moléculas; Moléculas que expressam o amor que existe na Natureza e geram Células; Células que são produtos do amor se organizam, em relação de reciprocidade de dons, e se tornam Tecidos, que constituem os Órgãos, que dão origem aos Organismos, os Sistemas “vivos”!
E a vida (que é amor) gera enfim, mas não finalmente, seres, que se tornam Humanos, pensantes, reflexivos, portanto de “grau infinito” segundo prova o Teorema matemático de Kurt Gödel. Seres que existem porque pensam, segundo Descartes. Todavia, há quem foi além, pois segundo o Carisma da Unidade – Chiara Lubich – seres que existem não somente porque pensam, mas porque AMAM: “amo, portanto existo!” diz ela.
São Paulo, que está entre os privilegiados da Humanidade, com muita sabedoria e visão, afirma: “Antes de tudo a mútua e contínua caridade.” Ele sabia o que estava dizendo, mesmo se a humanidade renitente, ao passar dos séculos, não entenda os ecos desses sons ditos de forma tão estridente.
Unidade, difícil para o ser humano, porque de origem divina. Mas possível.
E com a Internet, abençoada internet, construímos finalmente a Ágora da Humanidade atual.
A Ágora Virtual. Ágora-net. Com a Ágora ao alcance de todos, se torna possível a Unidade em larga escala, e a Luz do Amor Recíproco como viático do fenômeno! Não há mais desculpas para não se realizar a Sociedade Unocrata. Ela tem tudo a ver com o esperado Ideal de Jesus: “Pai, que todos sejam um, como Eu e Tu somos Um Só”.
Fundemos nossa Ágora Virtual, a Ágora-net!
Temos respaldo científico, filosófico e celestial! Seja então “assim na Terra como Céu.”
Marco Iasi
- A República, Platão (cerca de 380 AC) é uma das primeiras concepções de uma utopia.
- Livro de Apocalipse/Revelação (Bíblia Sagrada), (primeiro século dC), uma nova Terra de Deus no poder, não mais a morte, e uma nova Jerusalém.
- Utopia (1516) por Thomas More. A sociedade utópica é uma sociedade privada onde todos os cidadãos vivem em cooperação. “E embora ninguém possua coisa alguma, todos são ricos”.
- O Capital, de Karl Marx (1848).
- A Utopia Moderna (1905) por H. G. Wells.
- A História das Utopias (1922) por Lewis Mumford.
- O Fim da Utopia (1980) Herbert Marcuse.
- Uniorder: Build Yourself Paradise (2014) by Joe Oliver – Manual de instruções para construir a Utopia de Thomas More através do uso de computadores.[1]