Sou Engenheiro. Queria mesmo é ser Economista. Mas, se eu tivesse sido, agora eu seria a minha maior vergonha de sê-lo. E assim sou duplamente frustrado: por não ser … e por ser, se eu fosse. Entendeu?
Certamente você gostaria que eu desse as minhas razões para esse enigma paradoxal: Como assim? Explica melhor! Diga mais, de repente até posso me interessar em saber.
Então ouça bem o que eu vou te dizer, rápido e rasteiro, curto e grosso, sem papas na língua, e tenho certeza de que você vai me entender profundamente. Mais até que isso, você vai se unir a mim, em gênero, número e grau!
A Economia como Ciência é de uma importância social tão imensa quanto o universo que ela abrange, e por isso deveria ser uma matéria de estudos consagrada aos deuses! Aliás, talvez até por isso mesmo não raro Economistas são endeusados, e isso é coisa antiga, porque o próprio Mestre profeticamente elevou o dinheiro à categoria dos deuses: “não se pode servir a dois senhores: ou se serve a Deus ou ao dinheiro…” (Mt. 6:24). E de fato, o dinheiro, por equiparação se tornou o deus da Economia, ao qual me parece que todos servem e adoram.
Sabemos que o gênero humano não é eterno, porque nem o é o próprio Sistema Solar, e as Galáxias! Mas sejamos otimistas como o Poeta Vinícius, que é bom pensar da Humanidade o que ele pensava do amor: “que seja eterno enquanto dure”. E enquanto a Humanidade durar, ela tem a obrigação de se harmonizar.
Mas, olhamos nossas sociedades humanas, espalhadas pelos Continentes, e o que vemos? Vemos por acaso algum Sistema autossustentável? Ou parece mais que o fantasma da extinção esteja vagando por aí?
Eis a pergunta trágica: Existe alguma solução de harmonia social para o caos da Economia?

Melhor dizendo: existirá alguma possibilidade de uma vida humana em sociedade, que seja melhor do que esta que vemos, se não houver um sistema econômico eficaz? Por que não se dá à Economia a atenção da forma correta que ela merece?
Penso que a Economia, entre todas as Ciências Humanas, tenha, no entanto, sido a mais estupidificada de todas. E esse é o motivo do meu enorme padecer e frustração existencial.
Em vez de bem-sucedida, tornou-se estúpida pelas mãos dos seus próprios protagonistas, sejam eles os ilustres acadêmicos Economistas, sejam os brilhantes Economistas profissionais, ou seja, tanto os teóricos de carteirinha quanto os hábeis manipuladores do Mercado, aqueles do tipo Capa de Revista de “Economia”.
Gestão é Filosofia e Ação. Administração e Gerenciamento. Governo e Controle. Estratégia e Tática etc. O foco da Gestão é harmonizar tudo que faz.
Por definição, Economia é Harmonia e Acúmulo de bens, nessa ordem.
1 – Conceito Administrativo, o foco, a estratégia: “Economia é a Harmonias das partes com o todo”
2 – Conceito Gerencial, a ação, a tática: “Economia é acúmulo de bens e parcimônia no seu uso”
Do que me envergonho afinal? Se o acúmulo for desbalanceado no tecido social, não haverá harmonia, e … pasmem senhores… por decorrência imediata, não haverá Economia! Por definição.
Um assunto quente este, mais que fervendo, temos que cavocar até as suas raízes mais profundas. E ali encontraremos a solução, a Partilha como referencial único capaz de harmonizar o sistema econômico. Quem tem mais do que necessita está roubando de quem necessidade. Mas a chave mestra, foi esquecida. Ficamos sem acesso à solução.
Marco Iasi