Tenho cá pra mim que só existem dois tipos de “Marketing”: o Marketing do NÉCTAR e o Marketing do ANZOL.

No primeiro, o Néctar é o modelo perfeito do Marketing, porque o Néctar é como um “cartão de visita” da Natureza, onde ele se apresenta aos seus “clientes” dizendo qual a sua profissão, sua missão universal, seu endereço, telefone e e-mail. O Néctar mostra de forma escancarada o coração e a alma da Natureza. Com ele a Natureza apresenta ao mundo o seu espírito altamente socializado, inclusivo, sensível, inteligente, sábio, coloca em luz o Evangelho da Natureza porque o Néctar é “esperto como a serpente, mas simples como a pomba[1]. O Néctar, um exemplo de Marketing para os homens, dá um exemplo de modelo de Humanismo. No embate das partes envolvidas, todos são protagonistas. Nem é somente um jogo, tipo ganha-ganha, muito mais que isso, é um Ballet. As Abelhas, num trabalho para o qual todas são convidadas, livres e felizes saem a campo na busca da matéria prima para sua obra de arte, o Mel. E elas sabem muito bem onde está esse material de fabricação. Basta saírem pelos campos afora e ficarem atentas ao encanto colorido e perfumado da Natureza. Para as abelhas, ali nas flores está o tesouro dos tesouros, em tanta abundância, uma mina a céu aberto, que nem precisam garimpar.

Mas, porque tanta generosidade gratuita das Flores?

Gratuita mas esperta! Porque afinal Flores e Abelhas se reconhecem irmãs, nascidas de uma mesma mãe Natureza, cuja origem remonta ao berço do Amor.

– Venham todas buscar o nosso Néctar, nós o fizemos para vocês. Nós necessitamos muito de vocês e do vento para sobreviver – confessam as Flores às Abelhas, sem nenhum constrangimento por praticarem o ardil do bem. Mesmo usando todos os dias o mesmo perfume, continuam eternamente atraentes.

Assim é a Natureza, esbanja reciprocidade! Isso é tudo que ela tem para nos dar, é a sua essência, sua lição número 1, sua Sabedoria, e ocorre que a essência do Amor é a RECIPROCIDADE.

A reciprocidade começa a atuar, até mesmo antes do Sol nascer. Saem as Abelhas nos campos, mas saem também os Médicos nas cidades, cuja missão é curar, em busca de quem necessita de cura; As Professoras dedicadas, os Engenheiros laboriosos, os Arquitetos criativos, na comunidade todos saem em busca de realizar suas missões, até mesmos os desempregados carentes. Porque na luta pela reciprocidade é necessário plantar e colher todos os dias.

No entanto, também de madrugada acordam os pescadores obstinados à cata da sua preza, de preferência faminta e ingênua. Levam consigo suas tralhas de pesca e marketing des-naturado, onde o Anzol, ator principal do embuste, reluz pontiagudo. Está tudo pronto para o golpe, exceto o principal: a isca! Qual peixe idiota vai querer engolir uma farpa sem sabor?

Como eles não têm nada para dar em troca, e a intensão é de roubar a vida, será necessário então esconder a isca dentro de alguma ideia bem atraente e irresistível!

No Marketing do Anzol, para que alguém tenha o seu lucro, alguém tem que perder. Não raro, no jogo do atraente e do atraído, morre o traído.

A isca pode muito bem ser uma minhoca gosmenta, ou um camarão saboroso, ou até mesmo um bom desconto no preço, ou quem sabe um Voto, desses que se joga ligeiro numa urna qualquer, para a qual em seguida se vira as costas e se segue em frente.

A Natureza na sua pureza entoa sempre um hino de louvor à RECIPROCIDADE! Mas tome cuidado com a Natureza Animal! Ela cria suas armadilhas traiçoeiras e egoístas, em prol de si mesmo, sem dar nada em troca, seja ela uma águia, um crocodilo, uma aranha, uma serpente ou um Ser Humano, ex-réptil rastejante.

Foi a Natureza do Amor que gerou a Reciprocidade, ou foi a Reciprocidade do amor que deu vida à Natureza?

 A Reciprocidade é a Chave Mestra, é o agente fundamental na construção da harmonia social, e um potente gerador de felicidade.

Não sejamos como peixes ingênuos e impotentes nadando num mar com todo tipo de pescador, Políticos, Empresários e Banqueiros com plenos poderes para construir a Economia autossustentável deles mesmos.

Eles são o que são porque usurparam o PODER do POVO. A Política, as Empresas e os Bancos não existem sem o Mercado, e o Mercado é o Povo. Ir contra a realidade política e empresarial é o mesmo que dar um tiro no próprio pé, é colocar o Povo contra Povo.

Portanto o verdadeiro Poder está nas mãos do Povo, mas a quantidade de povo, a maioria, de nada lhe serve, se o poder que o povo delega o abandona à mercê das suas muitas necessidades. Portanto, chegou a hora da mudança de atitude, mudança de rumo, fazendo vir em relevo o Poder que emana da maioria, mas sobretudo da Unidade desse Povo, isto se ele praticar a Socialidade da Reciprocidade.

Trágica constatação, a Democracia é usada como um regime de manipulação, a serviço do Capitalismo, que se utiliza da força da UNIÃO do povo, para perpetuar a elite no Poder e no privilégio social.

O que aperfeiçoa a Democracia é a Unocracia, onde “todos são um só”. Esse salto de qualidade é a passagem do Poder da União pra o poder da Unidade. E somete atinge a Unidade, palavra divina, o povo (a família, a Empresa, o Partido…) que pratica o relacionamento de Reciprocidade, tipo Néctar e Mel.

Provavelmente como faziam de forma rude os nossos ancestrais nas cavernas, e depois como se fez nas comunidades dos primeiros Cristãos, por exemplo, de quem se dizia: “eles tinham tudo em comum, e não havia necessitados entre eles…” Portanto, para o Povo retomar o Poder é muito fácil: Basta evoluir para uma Economia de Comunhão, nascida em espírito e em prática há cerca de 2.000 anos, porque neste caso específico retornar não é regredir.

Não sejamos ingênuos. O Dinheiro é o Bem Comum da Economia, e ele pertence ao povo. É o Povo que dá vida ao dinheiro, às Empresas, aos Bancos. Unocracia é plena inteligência política e econômica, Inteligência Social. Por que permanecemos ignorantes?

Marco Iasi


[1] – Mateus 10,16