O mês já acabou, mas o dinheiro ainda não. Parabéns! Está sobrando dinheiro, e você está criando uma reserva.
Privilégio de poucos, isso está sendo cada vez mais difícil de acontecer, apesar do cuidadoso malabarismo familiar de cada dia. Você é do tipo que anota cada centavo que entra e que sai do teu bolso? Se não for, deveria. Nem é tão complicado assim, basta ir anotando durante o dia e depois colocar numa pequena planilha Excel, a qual posso te fornecer se você quiser.
Talvez você ache que pode viver sem esse controle, mas isso certamente aumenta o risco de um orçamento familiar desequilibrado.
O processo básico da Economia é muito simples de se resumir: prover Receitas para pagar Despesas e – o que é muito importante – gerar algum excedente.
E quando a receita é fixa e definida, o que é mais frequente, então a regra se inverte, isto é, torna-se obrigatório que se gaste menos do que se ganha. É aí que o bicho pega!
E a inteligência toda consiste apenas em controlar o dinheiro que entra e dinheiro que sai. É aquilo que acontece tanto na nossa carteira, na caixinha da família, como no cofre da Empresa, da Prefeitura, do Governo do Estado e do País. A sustentabilidade de qualquer processo econômico depende diretamente da sua lucratividade, ou seja, da capacidade de se gastar um valor menor do que aquele que se tem disponível.
Se você necessita de dois copos de água matar a sede, não conseguirá tiver se só um. É o óbvio que, porém, isso é justamente o que acontece muitas vezes na economia doméstica.
Se o dinheiro acabou, temos o cheque especial e o Cartão de Crédito que felizmente (ou infelizmente) nos permitem gastar o que não temos, gastar o que inda não ganhamos, e pior ainda, o que é mais trágico, gastar aquilo que jamais teremos.
Vivemos num País maldoso e maléfico, que tem uma dívida pública de três trilhões de Reais, que rendem aos Bancos internacionais um volume tão grande de juros que daria para abastecer uma população, todos os meses. Um Governo vendido para os interesses dos Bancos que agem livremente nos roubando dia a dia, e – protegidos pelas Leis – nem necessitam de agir na calada da noite. Enquanto no Japão o juro de 4% ao ANO é caro, aqui o dinheiro que usamos nas emergências chega a custar 15% ao MÊS!
É por isso que o “primeiro mundo” diz que “o Brasil não é um País sério…”.
Sim, é possível reverter esse quadro sinistro, mas isso levará no mínimo uma geração, se começarmos hoje a criar filhos que entendam que Economia é coisa séria, e saibam que economizar é o mesmo que harmonizar, coisa que os Economistas ainda não entenderam[1].
Trabalhar significa gerar sustentabilidade para si, para a família, para a sociedade! E as crianças devem ser educadas para serem os profissionais da harmonia familiar e social.
Mas, alguém mais atento poderia questionar e fazer a seguinte pergunta provocativa: se pelo bom uso da economia nós temos o dever de acumular dinheiro, para manter o nosso sustento, e preservar a harmonia na nossa vida pessoal e social, porque muitas Empresas e Bancos, imersos na prática da ganância criminosa, estão errados em colocar em prática o mesmo hábito do acúmulo de bens, que para nós é saudável e obrigatório?
Que pergunta cabeluda! Que merece resposta à altura. Então vejamos:

Quem diria? A luz que atravessa um cristal, ela entra branca e sai colorida. É surpreendente, mas você já viu isso antes: o mesmo fenômeno luminoso acontece com o Arco-íris, quando a luz do Sol atravessa as gotículas de orvalho dispersas pelo céu, logo após a chuva. O visual é belíssimo, e mais belo ainda é o significado desse fenômeno. Não é sem motivo que a cor branca significa a Paz e a Harmonia.
A Paz existe entre as cores porque nenhuma quer aparecer mais que as outras, nenhuma quer impor o seu tom, mas cada uma fazendo a sua parte na relação, possibilita a existência do Branco. E cada cor sabe da sua importância, e sabe que se faltasse uma delas o Branco não surgiria. Quando você olhar para algo branco lembre-se que ele é o retrato da Harmonia que existe entre as cores. Quando o Vermelho quer tudo para si, ele aniquila o branco para colocar em relevo somente a si mesmo. E adeus à Harmonia!
Se a Humanidade fosse composta por sete pessoas somente, bastaria seguir o paradigma das cores no Arco-íris e pronto, estaria tudo resolvido. A Paz e a Harmonia inundaria a face da Terra!
Como somos bem mais que sete pessoas nesta Terra, a coisa fica sem dúvida bem mais complicada, de tal forma que a Paz e a Harmonia social parecem ser algo inatingível. No entanto gostaria de lembrar que aquilo que parecia ser impossível, no caso das cores, se revelou plenamente viável! Você diria que o Branco é feito do Vermelho, de Azul, de Verde?
Agora esqueça o que eu disse. O que importa mesmo é o que eu quis dizer… Sem HARMONIA social, não existirá Economia, mas apenas e tão somente um Sistema Monetário desumano!
Mas, quem se preocupa com o aperfeiçoamento da Socialidade?
Marco Iasi
[1] Exceção rara, Douglas North, Prêmio Nobel de Economia.