“Eu vim para lançar fogo sobre a Terra, e como eu gostaria que já estivesse aceso!” (Lc 12:49)
Esse fogo a que Jesus se referia era justamente o fogo de “Jesus em meio”, era o Novo Mandamento, que Ele estava trazendo para nós Lá do Paraíso, o Seu Mandamento.
E quando Ele lamenta que “gostaria que já estivesse aceso”, nesse momento, Ele se referia explicitamente aos Focolares, que são casas que Chiara fundou, onde seus moradores se propõem a viver, de forma consagrada, em definitivo, o Carisma da Unidade: “onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, ali estarei eu no meio deles”. (Mt 18:20)
O zelo nessa casa é absoluto em não deixar que se apague a chama desse fogo de Jesus em meio.
Como se sabe, o fogo que arde em uma floresta, se alastra até os seus confins, e “Jesus em meio”, a partir dos Focolares, é o fogo que está se alastrando por toda Terra, até os seus confins.
Mas, quem teve essa ideia incendiária? Essa é uma ideia antiga, de 13,8 bilhões de anos, que já estava escrita no Projeto de Deus, cujo ponto culminante, o ápice da Evolução, é justamente o Big Boom dessa Vida Nova de amor recíproco, como réplica aqui na Terra, do Reino de Deus.
Os Focolares pelo mundo todo já são mais de 600 e já existem até cidadelas onde todos os habitantes vivem essa vida de Focolare, onde toda a população se propõe a viver assim, que são as Mariápolis, mais de 30 até o momento, em vários dos 160 países onde está presente o Movimento, a Obra de Maria (nome oficial do Movimento dos Focolares).
Continuando nesse momento de Jesus, Ele conclui com uma trágica revelação: “Supondes que vim dar paz à Terra? Não, eu vo-lo afirmo, antes, divisão”. (Lc 12:51)
E continua sua abordagem: “Porque daqui em diante, estarão cinco divididos numa casa: três contra dois, e dois contra três… pai contra filho, filho contra pai, mãe conta filha, filha conta mãe, sogra contra nora, nora contra sogra”… “Os inimigos do homem são os da própria casa”. (Lc 12:52 – Mt 10:35 – Miqueias 7:6)
Assim, por esse fogo aceso, a divisão se dará, seja com quem for, onde, de um lado estarão aqueles que se mantêm acesos, e do outro lado aqueles cujo fogo se apagou, ou nem sequer se acendeu, e estarão divididos entre si, mesmo se forem todos da mesma família, da mesma Igreja, da mesma comunidade, do mesmo país.
“Muitos foram chamados, mas poucos os escolhidos”. (Mt 22:14)
A divisão, portanto, que Jesus trouxe à Humanidade é a daqueles que, sendo chamados por Deus para fazer parte do Seu Povo Eleito, se esforçaram por permanecer na presença de Jesus, vivendo no amor recíproco, e estes serão os escolhido por Deus para formar o Seu Povo. E do outro lado estão os muitos chamados, mas que, apagados, não foram escolhidos.
“Não fostes vós que me escolhestes a mim, ao contrário, fui eu que vos escolhi a vós”. (Jo 15:16)
Quanto aos muitos que ainda não acenderam o fogo da presença de Jesus, que também foram chamados, entretanto não foram escolhidos para adentrar no Paraíso, por não terem as condições necessárias para pertencer a esse Povo Eleito, Povo que vive a Perfeição da Socialidade, a réplica.
Não se pode nunca perder de vista que o ponto máximo da Evolução, no Projeto de Deus, é justamente a Perfeição da Socialidade, a condição indispensável para ser escolhido para o último dos Povos Eleitos da História.
E por falar em História, retornemos ao momento solene da condenação de Jesus, onde o Sumo Sacerdote Caifás, tendo à sua frente Jesus flagelado, rasgou suas vestes, como era costume na época para mostrar indignação, ao ver Jesus “blasfemar” dizendo-Se Filho de Deus. Isso foi muito sério, uma ingratidão que chocou profundamente a Deus, pois que havia enviado Seu Filho amado para o Seu Povo Eleito de então.
Quando Jesus expirou e morreu na Cruz, sob o comando de Caifás, ato reflexo, Deus mostrou Sua indignação, mas com razão, por terem rejeitado e matado o Seu Filho Messias. Então, também Ele rasgou “Suas Vestes”, que no caso eram o Véu do Templo, do Santíssimo, lugar sagrado onde Deus Se fazia presente para o Seu Povo. Nesse lugar ninguém tinha permissão para entrar, a não ser o Sumo Sacerdote, e somente uma vez ao ano, para estar na presença de Deus.
A partir desse momento solene da rejeição do Messias, Deus rasgou o véu do Templo e abriu para todos nós o acesso direto a Ele, de tal forma que qualquer Ser Humano poderia agora estar na presença de Deus vivo, se e somente se, estiver no clima do Seu Reino, em relação de amor recíproco com o irmão.
A partir desse momento, a Evolução no Projeto de Deus deu um salto, e os Hebreus deixaram de ser o Povo Eleito, de Abraão, e foram sumariamente substituídos pelo Novo Povo Eleito de Deus, os seguidores de Cristo, os Cristãos.
Marco Iasi